segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Minha casa é o meu "Vilarejo"

Lembro de ouvir inúmeras vezes a música Vilarejo, da musa Marisa Monte, e por diversas vezes me pegar viajando e quase morando nas letras e palavras da canção.
Hoje, sentada no quintal de casa, olhando para as coisas ao meu redor, lembrei da música e pensei: Minha casa tem bagunça, ok! Ainda não tive tempo de por tudo no lugar... Minha casa tem sujeira, sujeira boa de criança que brinca com giz de cera e pinta o sofá, de gente que come pão andando pela casa, de gente que toma banho e nem sempre lembra de pendurar a toalha... Tem marcas de mãozinhas pequeninas pelas paredes da escada e corredor. Faltam lustres em todos os cantos, mas não falta mesa farta e alegria de gente dando risada. Tem muito barulho, aquele barulho bom de família conversando, falando ao mesmo tempo, de TV ligada sem ninguém sentado no sofá. Minha casa tem gente que se ama e dorme abraçado na mesma cama cansado de tanto correr pelo quintal. Minha casa é exatamente como eu imaginei a vida inteira: casa com alma. Não com cara de casa que foi decorada para a capa da revista, mas que foi decorada para atender as necessidades e fazer felizes as pessoas que moram nela. Pia com louça suja, pano de prato molhado, cama desarrumada no final de semana e muita roupa suja para lavar.
Minha casa é meu Vilarejo: "onde areja um vento bom e na varanda, quem descansa, vê o horizonte deitar no chão. Toda gente cabe lá, palestina e xangrilá. Lá o tempo espera, lá é primavera, portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar. Em todas as mesas pão, flores enfeitando os caminhos, os vestidos, os destinos... Há um verdadeiro amor, para quando você for...".


É o meu infinito particular onde cabe, tão só e exclusivamente, o universo ao meu redor.
"Onde eu posso plantar meus amigos, meus livros e discos, e nada mais"....
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